Páginas

14 fevereiro 2011

The 53rd Annual Grammy Awards

Lady Gaga.
Estou assistindo, neste exato momento, com transmissão ao vivo pelo canal TNT, à 53ª edição do maior e mais respeitado prêmio musical do planeta, o Grammy Awards 2011, um evento que reúne as principais celebridades do atual cenário musical internacional, a exemplo de Mick Jagger, Lady Gaga, Christina Aguilera, Usher, Jennifer Lopez, Katy Perry, Beyoncé, Barbra Streisand, Eminem, Pearl Jam e, por que não, Justin Bieber, além de Susan Boyle e personalidades do cinema.

A princípio, é inevitável não notar a superprodução, no entanto, o que mais me chama a atenção é, de fato, o talento desses artistas. E não me refiro tão somente ao talento estritamente musical, que já seria suficiente, salvo algumas poucas exceções, mas ao talento multifacetado. Por incrível que pareça, num evento como esse, a qualidade musical muitas vezes é apenas um detalhe, dando lugar a outros atributos igualmente necessários – penteados, vestidos, decotes, performances, coreografias etc. – afinal, "imagem é tudo".

Ninguém faz sucesso por acaso, muito menos sucesso internacional e menos ainda se torna um popstar da noite para o dia, é preciso muito suor e, sobretudo, uma imprescindível versatilidade, pois o mercado fonográfico em torno das grandes gravadores é um verdadeiro campo de batalhas, no qual os artistas devem estar munidos de um arsenal de aptidões diversas.

O conceito de "obra de arte total" (Gesamtkunstwerk), atribuído ao compositor alemão Richard Wagner (1813-1883) e muito em voga no final do século XIX,  encontra agora eco nesse novo personagem, o "artista completo", protagonista do entretenimento, do show business, e arquétipo do perfil artístico de grande parte das atuais produções musicais.

É claro que tudo isso se restringe basicamente ao universo pop, todavia, é cada vez mais comum identificar traços dessa tendência em outros segmentos da música e das artes em geral, inclusive aqui no Brasil, o que sugere uma espécie de engessamento dos formatos de apresentação e, conseqüentemente, da própria atividade cultural e do seu conteúdo artístico.

No mais a música continuará sendo música e quem quiser ou tiver que rebolar, que rebole.

Mais informações:
http://www.grammy.com/

Nenhum comentário: